1 de mai. de 2017
Provocações Para Uma Nova Esquerda
Contextualização
Nas ultimas três décadas, uma chama de luz se acendera com a luta e a vitória pela redemocratização do país.
Esta chama teve seu apogeu com a eleição de um operário, presidente da maior nação da América do sul.
Não obstante, foi um tempo de experiências bem sucedidas e de outras nem tanto, de debates de ideias e ideais e de afirmação da democracia pelo surgimento de alguns partidos e desaparecimento de outros.
No que diz respeito aos partidos, objeto de nossa analise critica, para além da pluralidade, criação e surgimento de várias siglas, uma constatação é obvia. Os partidos estão mais personalizados do que ideologizados. E há quem diga, que isso é o ideal.
Pois, bem, os conceitos de direita e esquerda e até centro, foram, por conta de uma tragédia moral e ética, se diluindo ao longo deste período. Necessário compreender, que não se trata de um fenômeno apenas nacional, mundo a fora verifica-se a mesma situação.
Porém, no debate e na discussão para encontrar uma alternativa ao desenvolvimento social, político, econômico e cultural de nosso país, urge, refletir, dialogar e propor algumas ações que possam nos levar a viabilizar conceitualmente um pensamento que traduza o sentimento da maioria do povo brasileiro. Uma vez que, este, depois de ter depositado suas esperanças num determinado partido (são os fatos), encontra-se profundamente frustrado com os rumos que a estrela tomou. Logo este, que foi uma espécie de “fiel depositário” de anos de sonhos da construção de uma sociedade melhor, tanto foi assim, que, vários partidos do campo da esquerda estiveram juntos por algum período. A experiência do partido hegemônico de um campo político e social, foi, é e será muito importante para que, não se cometa os mesmos erros do passado, valorizando o que deu certo, mas, sobretudo, que se busque métodos que não vilipendiem princípios e valores tão caros a esquerda brasileira. Por outro lado, a realidade, nos mostra com nitidez, que, o capital político e social desta agremiação, permanece longe de estar acabado. È fato que, o espaço para que possam ampliar, ficou muito restrito, não por falta de simpatia, mas sim por conta de seus próprios erros e equívocos. Isto posto, é visível que a hegemonia deste partido esta em cheque. Por tudo o que representou, representa e a maneira como vem sendo conduzido.
Isto tudo nos mostra que não possui as credenciais para aglutinar em seu entorno as forças progressistas que querem, necessitam de uma nova injeção de animo e de esperança.
Para, alem de barrar a onda conservadora de direita, excludente, preconceituosa e atrasada que ganha terreno, (muito mais, pelos erros da esquerda do que por seus próprios méritos), portanto deixando um vácuo ideológico, uma das tarefas mais urgentes é recuperar a credibilidade, a certeza de que, do ponto de vista das ideias e ideais somente pela esquerda é que encontraremos uma saída para construção do verdadeiro estado de bem estar social, e que isso, não é tarefa apenas de um partido, mas sim, de muitos, de movimentos sociais, enfim, de várias forças políticas que comunguem dos mesmos sonhos a luz de um programa mínimo comum.
Isto só poderá ser construído no guarda chuva de um grande “movimento” que ousamos chamar de uma “Nova Esquerda”, democrática, ética, transparente, solidaria, plural, responsável, fraterna, justa e acima de tudo comprometida com a nação brasileira.
Uma esquerda, renovada, moderna, não rançosa, não excludente, não preconceituosa, não exclusivista, não autoritária, não egoísta, não ambiciosa, materialmente falando.
Uma esquerda que compreenda as dimensões sociais, étnicas, religiosas, ambientais, de gênero e geracionais do povo brasileiro na sua diversidade.
Por fim, precisamos de uma esquerda capaz de dialogar, propor e gerir as estruturas do estado brasileiro em toda sua forma de organização.
E a luz deste sentimento, que os partidos devem encontrar e construir seus espaços, propondo ao Brasil uma estratégia bem definida para o desenvolvimento da nação, com respeito a diversidade, com sustentabilidade ambiental, econômica, ética, moral, cultural e acima de tudo autônoma e soberana em relação a outras nações do mundo.
Um Brasil, forte, soberano, fraterno e justo com sua gente e o planeta, é o que todos sonhamos.
Para isso, esta “Nova Esquerda” terá que ser, para além dos sonhos e utopias, das criticas e das denuncias, propositiva. Isto mesmo, deve apresentar propostas para resgatar e renovar a esperança do povo, que deve ser chamado a construir este novo projeto de nação.
Proposições
1. Trabalhar as relações comerciais com o mundo sem ampliar a divida externa e ainda obter créditos com o fornecimento de produtos manufaturados, alimentos etc..., para nações menos favorecidas, como as do continente Africano, parte da Ásia e outros preservando a soberania nacional de cada País.
2. Colocar o pais literalmente nos trilhos, ou seja, reconstruir, retomar e ampliar nossa malha ferroviária, tanto para cargas quanto para passageiros, considerando que este modal de transportes é forte indutor de desenvolvimento em todas as fases de implementação, que vai da industria de minérios de ferro a construção civil e as diversas faces do comercio e serviços que compreende este seguimento econômico.
3. Criar, construir e/ou ampliar mais ou menos 100 cidades planejadas por todo o Brasil para uma população de 100mil habitantes cada, aproveitando o legado de Arquitetos e urbanistas como Oscar Niemayer e Lucio Costa, entre outros, zerando ou chegando a próximo disto, o déficit habitacional brasileiro.
4. Criar um programa nacional de incentivo ao empreendedorismo, visto que, esta é uma vocação natural da nossa gente, que precisa de apoio e aporte financeiro, tecnológico e institucional com o fito de gerar oportunidades de renda para a população.
5. Trabalhar para universalização do ensino médio, ampliação das vagas no ensino superior, estimular a ciência, a tecnologia a luz das vocações regionais da nossa gente.
6. Agilizar o processo de reforma agrária com dignidade aos pequenos agricultores bem como a titulação de terras indígenas e quilombolas com transferência de tecnologias sustentáveis e posse coletivas da terra, assegurando a permanência das gerações futuras no campo.
7. Trabalhar para aplacar o desemprego que assola a população, através de “frentes nacionais de trabalho vinculados a programas sociais como o “bolsa família” para apoio e melhorias na infra estrutura, logística, turismo e outros, com vistas a fortalecer estes seguimentos econômicos.
8. Afastar o fantasma da militarização da gestão nacional, porem, aproveitar melhor o potencial das forças armadas, com vistas a fortalecer nossa soberania. Para isso, precisamos ampliar os efetivos, profissionalizá-los e atribuir-lhes novas missões estratégicas.
9. A revisão, discussão e definição de um Pacto federativo de verdade, são imperativos para consolidar o pais como uma grande nação, pacifica, ordeira, socialmente desenvolvida e sustentável.
10. A criação de um programa nacional de fortalecimento da industria brasileira de todos os portes, com recursos do FAT e os gerenciados pelo BNDS, são bandeiras que devem ser levantados por um partido que pretende-se “nacional desenvolvimentista”, e pelos partidos que compreendam que uma “nova esquerda” é necessário.
Enfim, reiteramos, os desafios que nos cabem são estes e outros, pois, o papel de um partido conectado com seu povo, que acreditamos seja o caso do PPL é propor, e, em alguns casos, por em prática aquilo que está propondo conjuntamente com aliados de mesmo sonho e campo político.
Ivan Braz; Ativista Político e Social
Tecnólogo em Gestão Pública; Filiado ao PPL Sapucaia do Sul- RS Março de 2017, Venceremos.
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